V10lênc!4as veladas no período expulsivo da assistência “tipo humanizada”

Esse texto não é invenção e nem vontade de polemizar; são relatos bem comuns de v1ol3ncias sutis que tenho recebido repetidamente de pessoas do meio e seguidoras. São ações nada respeitosas que podem acontecer inclusive com equipes ditas “humanizadas”, mas que acabam passando batidas durante o parto e especialmente no expulsivo. São tão disfarçadas que é comum que a mulher não se dê conta de que sofreu intervenções desnecessárias e que não teve suas vontades atendidas de fato.

  1. Pode mudar de posição, mas não muito

Obrigar a ficar em determinada posição ou sugestões e insistências exageradas para manter aquela que a equipe considera melhor.

A banqueta is the new litotomia 🙄

  1. Pode ir para o chuveriro, mas só quando a equipe “libera”

Impedir a mulher (ou tentar) de utilizar a banheira ou chuveiro, destituindo-lhe a liberdade de fazer o que mais lhe convém, em busca de maior conforto, não só no expulsivo, mas em qualquer fase do trabalho de parto.

  1. Toques v4gin4is “para ajudar”

Realizar toques repetidos para checar posição do bebê, para manipular, conter, “proteger” ou “preparar” o períneo ou, ainda, ficar ostensivamente encostando nas partes íntimas da mulher (estando ela sob efeito de analgesia ou não).

Imagina o desconforto de uma mão o tempo todo “lá” na hora do parto!? 😱

  1. Puxos dirigidos disfarçados e fofinhos 

“Continua queridinha!”

Essa “ajudinha” é muito raramente necessária – e tem outras posts aqui o feed a respeito.

  1. Falatório em sala de parto

Ainda que em sussurros, atrapalham demais a mulher que está concentrada e conectada.

Muita movimentação, pessoas “torcendo”, conversas paralelas inúteis também não são desejáveis e podem irritar e tirar a concentração tão necessária ao momento.

  1. Observação excessiva

Principalmente quando tolhem a intimidade da mulher, com muitas pessoas olhando para o períneo sem necessidade ou sem ser de alto risco e que demanda atenção (e gente) a mais.

  1. Manter o períneo iluminado o tempo todo

Pior que a observação excessiva é iluminar a região perineal da mulher como se fosse um show, como se o profissional conseguisse controlar o que acontece ali.

Não existe a menor necessidade de tal exposição e desconforto.

  1. Sugerir analgesia no expulsivo

Nem precisa explicar muito, né?

Essa sugestão pode atrapalhar bastante a fisiologia do parto e iniciar uma cascata de intervenções desnecessárias, em qualquer fase do parto.

Conseguimos dar bastante suporte não farmacológico e, principalmente, estimular a mulher a sentir que o fim já se aproxima… e acaba.

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