Violência Obstétrica não é praticada só por médicos

Recado rápido para quem acha que apenas médicos praticam vi0lênc!a obstétrica: isso está longe de ser verdade. A VO acontece em todos os âmbitos e cenários de atendimento à mulher, por todo o período gravídico-puerperal e pode ser cometida também por enfermeiros, doulas, técnicos de enfermagem, psicólogos e até profissionais de atendimento não relacionados diretamente ao cuidado, como secretárias, atendentes, maqueiros e afins.

É relativamente fácil de entender essa lógica, uma vez que se compreende que VO é vi0lênc!4 contra a mulher em um dos momentos mais delicados, vulneráveis e sensíveis que ela pode passar ao longo da vida.

VO é toda e qualquer atitude desrespeitosa, danosa, humilhante ou obviamente vi0lent4, sendo intencional ou não, que podem estar relacionadas a estereótipos do que uma mulher deveria ou não fazer, como deveria ou não se comportar, como é mais ou menos agradável e adequado para qualquer um que não seja ela mesma e seu bebê. Além disso, envolve também todo e qualquer procedimento antiquado, proscrito ou não respaldado por evidências científicas, especialmente se não houver consentimento e/ou decisão compartilhada por parte de quem tá parindo. Ela pode ser praticada, portanto, por qualquer pessoa que supostamente detenha uma figura de cuidado e/ou poder naquela situação. Muitas vezes esse lugar é o do profissional médico, mas em outras tantas, pode ser até a recepcionista que julga e manda a gestante não gritar quando ela chega em trabalho de parto na maternidade, por exemplo. Ou a manda sentar-se em uma cadeira de rodas desconfortável, quando o que a pessoa mais quer é permanecer em pé – conhecem essa cena né?

Importante, portanto, é entender que essa luta é muito mais ampla do que parece e não se centraliza na figura de X ou Y. Qualquer um pode ser o autor e todos, portanto, têm responsabilidade por manter um atendimento digno e respeitoso nesse momento. Quem não a combate se torna cúmplice.

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