A tabela acima é uma recomendação geral para gestantes de feto único – para gestações gemelares, os números são diferentes. Trago aqui para que se tenha um parâmetro, mas é fundamental individualizar casos.
Em primeiro lugar, é importante ter em mente que GANHAR PESO na gestação é bem diferente de ENGORDAR. Gestantes normalmente ganham peso – exceto se estiverem na faixa de sobrepeso/obesidade e indicação específica de manutenção/perda de peso, sob orientação profissional – e isso não está associado a apenas acumular gordura.
Esse tipo de tabela é generalizadora, como disse antes, não servindo para casos individuais. Nesse sentido, o ganho de peso deve ser um tema muito bem individualizado ao longo do pré-natal, considerando que mulheres têm ganho constitucional de peso na gestação e que este vai também depender de diversos outros fatores, tais como crescimento fetal, semanas de gravidez, retenção líquida, dentre outros.
O importante mesmo é que a grávida seja acompanhada por nutricionista, se possível – muito embora saibamos que a realidade brasileira passa bem longe disso. Desde que se mantenha uma alimentação saudável desde o início da gestação – se possível, desde o período pré-concepcional – e pratique atividade física o máximo que conseguir (preferencialmente 5 vezes por semana), o ganho de peso é secundário. É claro que a orientação inicial é sim evitar o ganho excessivo de peso, que pode estar associado a maiores riscos gestacionais e desfechos fetais, mas o número absoluto se quilos em si não diz muito em relação à saúde da gestação.
Por outro lado, o ganho de peso exacerbado nos faz acender um sinal de alerta para riscos, principalmente no que tange ao desenvolvimento de diabetes gestacional e suas complicações, além da macrossomia fetal isolada.
Manter o acompanhamento pré-natal em dia e profissionais assistentes atentos e pouco engessados a tabelas são chave para a manutenção da boa saúde na gestação, independente da quantidade de quilos ganhos ou perdidos.