Se você já teve filhos ou está no final da gravidez, é possível que já saiba o que é essa imagem. O que você não deve saber é que o famoso exame de cardiotocografia é tão controverso quanto famoso. 🤔
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Mas não se assuste, nós vamos explicar:
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A cardiotocografia (CTG) é um exame que serve para monitorar a frequência cardíaca fetal e as contrações uterinas. Colocam-se dois eletrodos na barriga da mãe e cada um deles avalia um dos marcadores (batimentos cardíacos do feto e tônus do útero). A mãe deve estar deitada ou semi-sentada e o exame demora por volta de 30-40 minutos. Os resultados são impressos em formas de ondas em um gráfico, bem semelhante a um eletrocardiograma.
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Este é um exame simples e não-invasivo, funcionando como um excelente parâmetro para avaliar a vitalidade fetal. Porém, ele só serve para esse fim QUANDO BEM INDICADO e QUANDO O RESULTADO É BEM ANALISADO.
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Ou seja: as avaliações subjetivas demais e as falsas indicações para sua realização é que fazem do cardiotoco um exame controverso… e nem sempre benéfico.
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✔ Então, quem precisa fazer a cardiotoco?
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De maneira geral, a CTG é indicada para gestantes de risco habitual a partir das 41 semanas de gestação, para avaliação da possibilidade de indução do parto. No caso de gestação de alto risco ou em casos específicos, a solicitação do exame pode ser necessária em outros momentos, o que deve ser avaliado junto com a equipe assistente. A individualização de cada caso é fundamental para a indicação deste exame.
✔ Mas se o exame não faz mal, não é melhor que todas as gestantes façam?
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Esse é um pensamento muito comum, porém perigoso. Isso porque a análise dos resultados de uma cardiotocografia podem ser algo subjetivas e os falsos positivos – que indicam que a vitalidade do bebê não está boa – são frequentes. Há estudos apontando até 50% de falsos positivos em CTGs, o que quer dizer que, em quase metade dos casos avaliados, o bebê estava muito bem, embora o exame tenha apontado o contrário. Portanto, ao indicar este exame para uma gestante que não tinha nenhum risco ou condição associada, a chance do resultado ser positivo existe e não é tão baixa (lembrando: muitas vezes falso), o que favorecerá o início de uma cascata de intervenções desnecessárias.
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✔ E durante o parto, é necessário fazer o cardiotoco?
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Não! Não há estudos que demonstrem a necessidade da CTG nem na admissão e menos ainda de maneira contínua durante o trabalho de parto (TP). A ausculta intermitente durante o TP tem os mesmos resultados que o cardiotoco contínuo, portanto a ausculta intermitente surge como melhor opção para a gestante, já que preserva sua deambulação livre, sem necessidade de estar presa ao leito hospitalar. A cardiotocografia contínua pode estar indicada em alguns raríssimos casos, mas estes deverão ser avaliados e individualizados com a equipe.
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➡ Uma palavra sobre prematuros:
Em gestações de alto risco pode estar indicada a realização de CTG antes do termo. Nesses casos, a chance do falso positivo é ainda maior, portanto deve-se ter muito critério na indicação e avaliação do exame, sempre tendo-se em mente que no caso de bebês prematuros, os resultados são diferentes dos que os de um bebê a termo.