TRILOGIA DA ANALGESIA DE PARTO – parte 3

Sabendo de todos os riscos e benefícios e tendo lançado mão de todos os recursos não farmacológicos disponíveis, optou-se pela analgesia? Ótimo! Mas quando utilizá-la? Isso vai depender de alguns fatores: em que momento do trabalho de parto a mulher está e onde ela está sendo assistida.

Quando pedir analgesia?
A priori, não existe limite para isso, a mulher pode usar a analgesia de parto quando sentir necessidade, independente da dilatação, estágio mais ou menos avançado, tempo de duração do parto. O que sabemos é que, quanto mais precocemente essa analgesia é utilizada, maior a chance de intervenções em cascata e também maior o risco de cesariana. Fazer uma analgesia cedo demais (em pródromos, por exemplo) pode sim comprometer as chances de parto vaginal. Por isso insistimos tanto em esgotar outros recursos antes (e ainda em casa!), para ajudar a mulher a alcançar o parto desejado. Sendo assim, portanto, eu recomendaria lançar mão da analgesia em fase ATIVA do trabalho de parto, com contrações regulares e bem frequentes e, principalmente, bebê mais baixo, já forçando o colo. Porém já atendi casos em que a analgesia foi utilizada antes, como tentativa de evitar a cesariana (e aqui eu sou bem sincera: muitas vezes não funcionou e a cesárea aconteceu).

Outra questão é: onde está acontecendo o parto?

EM CASA: não se faz analgesia de parto em nascimentos domiciliares, sendo este, inclusive, um dos mais frequentes motivos para transferência da mulher para ambiente hospitalar (o pedido de analgesia). No Rio, a mulher inevitavelmente será atendida pela equipe de plantão do dia;

EM MATERNIDADE PARTICULAR: no caso de equipes particulares humanizadas, como a minha, o anestesista faz parte dos profissionais que assistirão ao parto. Normalmente, são anestesistas com experiência no manejo de parto e que possuem trato humanizado, tanto quanto a equipe. Já nos plantões de maternidades em grandes centros urbanos, em instituições maiores e mais famosas, é comum haver anestesista de plantão para esse atendimento. No caso de hospitais menores, é possível que não haja anestesista à disposição – informe-se com antecedência caso seu plano seja parir com plantão da maternidade (o que já disse centenas de vezes não recomendar);

NO SUS: o acesso a opções para alívio da dor é garantido por lei a todas as gestantes, mas não necessariamente analgesia farmacológica de parto. A realidade, portanto, é que é raríssimo ter anestesista à disposição nos partos normais pelo SUS – geralmente eles estão ali para atender às cesarianas. Portanto, não conte com isso.

Sua maior arma segue sendo a INFORMAÇÃO. 😉

Uma resposta a “TRILOGIA DA ANALGESIA DE PARTO – parte 3

  1. Estou amando aprender com vc, conhecer suas experiências, e por trabalhar com parto humanizado e respeitoso, sou enfermeira, estou fazendo pós graduação em obstetrícia e estou como gerente de enfermagem de uma maternidade em Foz do Iguaçu, meu sonho é trabalhar com médicos obstetras que pensam como vc.

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