A forma como a indução será feita deve ser individualizada e debatida entre equipe e casal. De maneira geral, existem técnicas de indução mais naturais e pouco (ou nada) invasivas, como acupuntura, chás, homeopatia e descolamento de membranas, além de alimentação específica. Por outro lado, existem técnicas farmacológicas e invasivas (mas bastante seguras se indicadas com precisão): indução com prostraglandinas, ocitocina ou método de Krause (sonda). Mulheres com cesariana prévia podem ser induzidas, porém as opções são mais limitadas e devem ser usadas com mais cautela. Essas gestantes não devem usar prostraglandina e a ocitocina deve ser administrada com mais cautela (metade da dose em bomba infusora) do que em mulheres que nunca tiveram cesariana.
O que é a falha de indução? Por que, em algumas mulheres, a indução não funciona?
Majoritariamente porque não se espera o tempo necessário e não se tem a paciência/disponibilidade/segurança para aguardar o método de indução ou mesmo trocar o método ao longo do processo. Induções com protraglandina, por exemplo, precisam de, no mínimo, 48 horas de tentativas para aí sim considerar-se alguma falha. Na verdade, não é raro que as induções demorem alguns dias para “pegar” e, ao longo do processo, verifica-se como o bebê reage (se os batimentos cardíacos seguem bons) e como o organismo da mulher funciona. Se depois de algumas tentativas não houver nenhum tipo de reação e ainda assim a gestação precisar ser interrompida, a cesariana é indicada – mas é sempre o último recurso (e não é frequente). No caso de gestações prolongadas ou bolsa rota (que, a priori, não são indicações absolutas de interrupção), as condutas devem ser individualizadas e o casal totalmente envolvido nas decisões tomadas.
Por fim, poucos sabem mas eu faço questão de repetir: medidas como dieta balanceada, pobre em açúcares e farináceos e prática de atividades físicas desde o início da gestação são fundamentais para que haja diminuição das chances da gravidez se prolongar e diminuem também as chances de complicações como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia – e vou continuar batendo nessa tecla.