Diferente do que se pensa, quase nenhuma gestante precisa de uma longa lista de suplementos.
Embora as deficiências de nutrientes afetem quase 1/3 da população mundial, em especial populações em risco nutricional, a prescrição de suplementos deve ser individualizada de acordo com as características de cada paciente. Bons hábitos alimentares devem ser estimulados por profissionais de saúde e a dieta materna deve ser diversificada a fim de fornecer vitaminas e minerais para a sua própria saúde, crescimento e desenvolvimento do bebê, preferencialmente prescrita e balanceada por nutricionista (🌏 ideal).
Se a gestante receber essa lista de suplementos, precisa se questionar:
📍 Por que hoje médicos e nutricionistas prescrevem tantos suplementos?
📍 Será mesmo que somos tão dependentes da indústria farmacêutica e tão incapazes de obter os nutrientes necessários através dos alimentos, de comida de verdade?
Profissionais desatualizados plantam deficiências em toda gestação e assumem uma postura notoriamente terrorista. E é por esse motivo que devemos ser muito críticos com relação às prescrições desnecessárias.
Os ÚNICOS micronutrientes cuja suplementação a OMS preconiza de rotina para a gestante são o ferro e o ácido fólico (60 mg de ferro elementar partir da 20ª semana até o parto e 400 µg de ácido fólico do período periconcepcional até 12 semanas de gestação). O L-metilfolato e o ferro quelado tem maior biodisponibilidade em comparação às formas não ativas do ácido fólico e outros sais de ferro.
No caso do ferro, em especial, não existe consenso de que a suplementação universal e sistemática da gestante melhore desfechos maternos e neonatais, embora algumas entidades (tais como a OMS e a FIGO) ainda defendam a suplementação universal. Vale pontuar aqui que entidades universais constroem diretrizes e protocolos baseadas em medianas populacionais mundiais, levando em conta países em desenvolvimento e suas populações carentes do ponto de vista nutricional.
Ainda, devemos considerar que altas concentrações de ferro e hemoglobina podem ser prejudiciais, estando associadas a risco aumentado de parto prematuro e baixo peso ao nascer.