Você já deve ter ouvido falar de parto litotômico, aquele em que a mulher tem seu bebê deitada, apoiada com as costas na cama e, em geral, com as pernas bem abertas e apoiadas em perneiras. Essa posição é hoje bem associada a partos “tradicionais”, em que o profissional assistente se posiciona em local “privilegiado”, podendo observar a evolução do expulsivo e intervir (bastante) no processo sem maiores desconfortos ou dificuldades (para ele, é claro).
No entanto, para a mulher geralmente é sim uma posição deveras desconfortável, por inúmeros motivos, dentre eles:
- Impossibilita sua livre deambulação;
- Pode reduzir a oxigenação fetal, pois o útero “pesa” e pode comprimir artérias importantes, levando a frequência cardíaca fetal não tranquilizadora, aumentando chance de parto instrumental;
- Reduz a passagem do bebê, pois a mulher perde mobilidade do assoalho pélvico;
- Costuma aumentar a sensação de dor no parto;
- Desperdiça-se a ajuda da gravidade na descida do bebê;
- Maior chance de episiotomia e lacerações perineais.
Se for de livre escolha da mulher durante o trabalho de parto e quando bem amparada e assistida, é sim possível parir deitada. Entretanto, a própria OMS recomenda que a equipe assistente encoraje a mulher a assumir outras posições, que permitam maior liberdade de movimentação e menor percepção da dor.