Precisamos superar o sentimento de “menos mãe”

E entender que disseminar boa informação não é se posicionar contra experiências pessoais ou mesmo compará-las.

O início de agosto marca um movimento muito importante no meio da gestação e maternidade, que é quando se celebra o Dia Mundial da Amamentação (em 1º de agosto) e começa a Semana Mundial do Aleitamento Materno. Há muitos anos acompanho esse movimento e percebo que, em grande parte das vezes, discussões que poderiam avançar e aproximar mais pessoas do movimento, tornam-se uma grande queda de braço entre quem amamentou e quem não amamentou. Quem é a favor e quem é contra. Quem deu mamadeira e quem não deu. Quem deu chupeta ou não. Quem desmamou aos dois anos, quem desmamou aos seis meses.

Gente, acorda que o buraco é mais embaixo.

Independente do que cada uma vivenciou – naturalmente, não deslegitimo a importância das histórias pessoais, mas vamos pensar de uma maneira mais ampla? – amamentar é resistir. Amamentar é se informar, é se posicionar, é, com muita sorte e privilégio, ESCOLHER. Amamentar não é para todas e não porque umas são superiores a outras, mas porque há todo um sistema interessado em mães que não amamentam, que não têm seus partos naturais, que não questionam, que se tolhem, que se perdem em caixinhas de comentários internet afora. Enquanto estamos distraídas criticando-nos umas às outras, não estamos nos ajudando, estamos deixando de estender as mãos àquelas que seguem tentando.

Da mesma maneira que parir é difícil e passa muito longe de QUERER OU NÃO, amamentar também o é (ou ainda mais). Não basta querer, embora querer também seja importante: é preciso muito se informar, derrubar mitos, quebrar paradigmas, posicionar-se firmemente, lutar, por vezes, sozinha e sem apoio – até mesmo dentro de casa.

Que tal usarmos de nossas próprias histórias para construir uma coletiva melhor para todas? Respeitando quem cada uma é e suas limitações, mas entendendo que a amamentação é fundamental para mães e bebês e que PRECISA de atenção, incentivo e da arma mais poderosa que temos: INFORMAÇÃO.

O que você pode dizer hoje sobre amamentação que irá ajudar outra mãe?

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