Precisa de USG anual para avaliar DIU?

Você inseriu o DIU, após vasto aconselhamento sobre métodos anticoncepcionais, e tem dúvida a respeito da periodicidade de avaliação do posicionamento do dispositivo?

Saiba que inexiste evidência que sustente a necessidade de se avaliar a posição e tampouco sobre a periodicidade supostamente necessária.

É importante entender que o DIU não fica fixo na mesma posição dentro da cavidade uterina ao longo de seu tempo de uso, que pode ser de 5 ou 10 anos, a depender do modelo. O útero contrai-se ciclicamente ao longo da vida da mulher durante a menstruação (causando cólicas mais ou menos intensas) e também durante os orgasmos femininos. Essas contrações são irrelevantes, mas podem sim mover discretamente o DIU – o que habitualmente não altera a eficácia do método, mas não garante que o dispositivo permaneça rigorosamente no mesmo local. Sendo assim, o ultrassom vai verificar onde o DIU está NO MOMENTO DO EXAME, mas não pode garantir onde estará dias depois do mesmo ou no ciclo menstrual seguinte.

Uma vez que o DIU esteja totalmente DENTRO da cavidade uterina (e não a 2cm do fundo do útero como outrora se adotava), sua eficácia se encontra preservada e você provavelmente estará protegida – mas é fundamental ressaltar que NENHUM método contraceptivo garante 100% de proteção, à exceção da abstinência sexual.

Se você é neurótica e precisa se sentir confiante com o método o tempo todo, fique atenta ao tamanho do fio (a cordinha que fica alguns centímetros pra fora do orifício externo do colo) – se está maior ou menor ou se simplesmente sumiu. Idealmente, essa checagem deve ser feita após a menstruação. Aprenda a tocar-se e conhecer-se.

Em caso de alguma mudança no tamanho do fio ou sintomas como dor intensa e/ou sangramento anormal, cabe avaliação profissional e aí sim possivelmente uma complementação ultrassonográfica.

A maioria dos ginecologistas acaba solicitando USG anual, mas tenha em mente que o exame não te protege de falha do método e gestação indesejada.

Ah, em tempo, porque nunca é demais reafirmar o óbvio: DIU NÃO É ABORTIVO!

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