O DIU Mirena®, ou DIU de Levonorgestrel, é um método contraceptivo hormonal, já que é revestido de progesterona, liberando quantidades diárias fixas desse hormônio. A ação é local e intrauterina, teoricamente com baixíssima absorção sistêmica. Ele funciona atrofiando ou hipotrofiando o endométrio, transformando o ambiente intrauterino hostil para nidação/ocorrência de gestação. Além disso, o Mirena® age no espessamento do muco cervical, dificultando a movimentação e ascensão dos espermatozoides.
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Veja os prós e contras desse método:
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PRÓS:
Assim como o DIU de cobre, o Mirena® é um contraceptivo de longa duração, de inserção ambulatorial e muito seguro (a estatística de falha se uso adequado é de 0,2% aa.). É uma indicação interessante para mulheres que desejem deixar de menstruar, cujos fluxos sejam intensos, irregulares, com muitas cólicas ou sangramentos excessivos, sendo assim considerado terapêutico para determinadas patologias ginecológicas benignas, como miomatose uterina, adenomiose e endometriose. Também pode ser uma opção para mulheres que possuem contraindicações (absolutas ou relativas) aos anticoncepcionais hormonais orais combinados (geralmente com histórico de doenças que contraindicam o uso de estrogênio, como alguns tipos de câncer, trombose, algumas doenças autoimunes etc) ou ao DIU de cobre (doenças ginecológicas que causem muito sangramento/dor).
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Por último, também serve muito bem às mulheres que queiram usar o DIU visando a uma anticoncepção de longa duração, mas que não tenham se adaptado ao modelo de cobre e que tampouco queiram usar outros métodos de barreira, como a camisinha. A grande vantagem da ação hormonal desse DIU, portanto, é a amenorreia que ocorre na maioria dos casos (50% até o 1º ano e 70% em até dois anos) e a possibilidade de ter ciclos menstruais anormais tratados, com sangramento reduzido, tratamento de cólicas menstruais limitantes e demais sintomas ginecológicos reduzidos ou zerados.
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CONTRAS:
É um método hormonal e, como tal, não há total controle sobre seus efeitos no organismo da mulher. Há relatos de maior retenção de líquido, aumento do volume da mama, acne, rosácea, queda na libido, dentre outros. A rigor, não há contraindicação formal do uso do Mirena® por quem já teve trombose ou por mulheres com contraindicação ao estrogênio. Mas muitos ginecologistas, por cuidado, optam por não indicar. Um estudo recente mostrou um aumento de incidência de câncer de mama em mulheres que fazem uso de métodos hormonais prolongados, sejam eles pílula, injeção ou Mirena®. De qualquer maneira, é importante lembrar que o risco absoluto não é alto e a escolha do método deve ser sempre individualizada, expostos os riscos e benefícios de cada um.