• Acompanhante e doula ficam com a paciente O TEMPO INTEIRO. Não deve-se pedir para que o pai entre quando já estiver nascendo o bebê, como (ainda) se vê com uma frequência absurda por aí. Desde o momento em que a mulher entra no centro cirúrgico, para puncionar veia, para começar a anestesia, para assepsia e colocação dos campos, para montar a mesa cirúrgica… Tudo isso é feito com acompanhante e doula do lado – e isso é lei.
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• A informação é dada a todo o momento: a gestante tem o direito de saber tudo o que estão fazendo com ela, por todos os profissionais, desde o anestesista até o cirurgião, passando pelos auxiliares e até mesmo o pediatra no que tange ao bebe após o nascimento. Além disso, tudo deve ser feito com muita calma, no tempo da mulher. Se ela estiver contraindo, espera-se a contração passar. Mesmo que ela não esteja contraindo, procedimentos devem ser realizados no tempo dela, salvo real emergência: se ela estiver com medo, espera-se um pouco, conversa-se e explica-se todo o passo a passo dos procedimentos. Tudo que for ser feito no corpo de alguém, deve ser informado antes e durante. Cá entre nós: em qualquer área da medicina, né?
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• Não deve haver burburinho na sala: conversas paralelas, risos, papos desnecessários… tudo isso é desrespeitoso e portanto, evitado. Preferencialmente, as equipes só se dirigem à gestante, brincam com ela, tentando deixá-la mais confortável e acolhida. Palavras de amor, carinho e apoio são fundamentais nesse momento. Conversas entre a equipe: sobre questões técnicas e apenas o indispensável, em baixo tom de voz.
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• Luzes mais baixas: todas as luzes da sala são apagadas, exceto o foco cirúrgico – que é o indispensável para a cirurgia acontecer. Isso garante o conforto visual para o recém-nascido e humaniza o ambiente para mãe e seu acompanhante.
• Ar condicionado desligado: isso é essencial para a segurança do bebê, para que se evite hipotermia, reduzindo assim a necessidade do bebê ficar no berçário, incubadora, CTI etc.
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• É realizado o clampeamento tardio do cordão, assim como no parto normal. Após pelo menos 3 minutos do cordão pulsando, corta-se o cordão e o bebê permanece no colo da mãe até o fim da cirurgia.
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• Depois que o bebê nasce: se ele estiver bem, vai direto para o colo da mãe. Abaixam-se os campos cirúrgicos (aqueles tecidos que ficam na frente do rosto da mulher) e ele fica em contato com a mãe, pele a pele.
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• Amamentação na primeira hora: o bebê pode (e deve) ter contato com o seio materno logo após o nascimento, sem necessidade de separação precoce para medidas protocolares.
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• Tranquilidade no pós-parto: mesmo com a cirurgia terminada, é importante que a equipe mantenha um ambiente calmo e reservado para a mãe e seu filho. Conversas paralelas devem ser feitas em baixo tom, tentando ao máximo não incomodar a paciente. O objetivo é que haja serenidade para que o bebê não se assuste, a mãe possa vivenciar os primeiros momentos de seu filho, ambos possam se concentrar na pega do peito e a pediatra possa orientar conforme as necessidades.
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Foto: @mairamatosfoto