Dentre as infecções vaginais mais incômodas para as mulheres, a candidíase é a mais conhecida (e detestada – com razão). A mulher que nunca teve candidíase pode se considerar uma sortuda, afinal os sintomas são mesmo muito chatos, embora o tratamento seja relativamente simples.
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Pra quem não sabe, a candidíase nada mais é do que uma infecção fúngica de pele e/ou mucosa causada pelas mais diversas espécies de cândidas (há várias, e a mais comum é a Cândida albicans). Essa infecção acontece por um desequilíbrio da flora local, muitas vezes associado à queda da imunidade, o que facilita a proliferação exacerbada e patológica do fungo.
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Sendo assim, é bom lembrar e frisar: candidíase não é transmissível e muito menos uma IST. O que significa que ninguém pega ou passa essa doença de nenhuma maneira, uma vez que a cândida é simplesmente um fungo que habita nosso trato genito-urinário e gastrointestinal (na região perianal).
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Então a mulher com candidíase pode fazer sexo? Poder pode, mas é improvável que ela queira, especialmente nos casos mais exarcebados, já que os sintomas são bastante desconfortáveis:
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– Presença de secreção grumosa (com aspecto de coalhada), ora abundante, ora sequer exteriorizada;
– Hiperemia da vulva (sensação de que está assada, muito vermelha, inflamada, latejando);
– Descamação;
– Ardência durante a relação sexual;
– Ardência para urinar;
– Ressecamento genital;
– Prurido/coceira (esse é um dos sintomas mais comuns e mais chatos: chega a ser insuportável para algumas mulheres e ajuda a ferir ainda mais a região, por coçadura).
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A candidíase também é muito comum em mulheres grávidas, por serem mais imunocomprometidas. Embora frequente, na grande maioria dos casos, é inócua: não traz grandes riscos, apenas grandes incômodos (exceção: imunodeficientes).
Para evitar a ocorrência, recomendo ainda mais fortemente alguns hábitos genitais:⠀
– Dormir sem calcinha e praticar mais esse hábito, de uma maneira geral;
– Dar preferência a calcinhas de algodão;
– Evitar absorventes diários;
– Evitar duchas vaginais de repetição (não precisa se lavar a cada ida ao banheiro, por exemplo);
– Uso criterioso de ATB prolongado;
– Evitar sabonetes íntimos, que alteram o PH da vagina, são custosos e não servem pra nada.⠀
Caso a candidíase já tenha aparecido, o tratamento é feito com uso de antifúngicos orais e/ou tópicos (cremes/pomadas). O que se vê muito por aí é o over diagnóstico, ou seja, muitas mulheres tratando o que não têm. Confunde-se muito a presença de secreção vaginal abundante – principalmente em grávidas – com candidíase. Se essa ocorrência não estiver associada a nenhum outro sintoma, é possível que nem se trate da doença e não seja necessário fazer tratamento.⠀
Por último, mas não menos importante: empiricamente sabemos que dietas ricas em açúcar e farinha refinada, além do estresse, ajudam a aumentar chance de candidíase de repetição, especialmente em grávidas. Não há evidências científicas sólidas que sustentem essa percepção, mas alterar a dieta pode ser uma boa alternativa caso você venha sofrendo com a doença. Ser saudável nunca é demais né?