A pergunta deveria ser “por que fazer uma cesariana?” (destaque)
Por que se submeter a uma cirurgia para o nascimento de um bebê?
Frente à realidade obstétrica, mulheres são questionadas e até taxadas de loucas quando externalizam querer parir.
A gente passa a vida falando pra fugir das cesarianas, mas nem todo mundo sabe exatamente quais os benefícios de se passar por um parto normal – para a mãe e para o bebê. É estatístico, científico e natural: o parto normal bem assistido é MAIS SEGURO que a cesariana – ainda que profissionais desatualizados e relatos dramáticos te digam o contrário.
Existe a falsa sensação de que cesarianas são muito seguras, mais modernas, mais controladas e representam a “evolução” do nascimento aos olhos da medicina. Inclusive perpetua-se a falácia de que a decisão pela cesariana é sempre salvadora e, caso se esperasse mais, o desfecho poderia ter sido fatal.
Pois entenda: tudo não passa de mito e lenda urbana e, pelo contrário, muitos dos desfechos negativos/adversos de que tanto se fala poderiam ter sido EVITADOS caso tivessem permitido que o parto normal se desenrolasse de maneira fisiológica, sem intervenções desnecessárias, com base na ciência e no tempo do bebê.
Muitos dos maus desfechos que acontecem pós-cesariana (por causa da cirurgia) não são divulgados, enquanto problemas no parto normal viram até notícia – reforçando ainda mais a ideia de que o parto é perigoso e deve seguir sendo demonizado.
Além disso, a enorme maioria das complicações do parto normal são iatrogênicas, ou seja, causadas pela própria assistência ruim e negligente ao parto. Intervenções v!0lentas, inseguras, sem nenhuma indicação e muitas vezes já ultrapassadas e proscritas com base em evidências são capazes de provocar uma cascata enorme de problemas e gerar impactos bem negativos. É disso que se ouve falar.
Mulheres sabem parir e bebês sabem nascer SIM! Desde sempre.
É notável a crescente desconfiança de nosso processo fisiológico, poder e capacidade nossa de gestar, dar à luz e amamentar nossos bebês. Na esmagadora maioria das vezes, gravidez e parto “FUNCIONAM”. Vamos resetar o pensamento e lembrar-nos disso?
É mais seguro
A cirurgia cesariana têm bem maiores taxas de m0rt3 materna e fetal em se comparando com partos bem atendidos e seguros, por se agregarem os riscos inerentes a uma cirurgia:
Embolia pulmonar/trombose, hemorragias, infecções, lesões e aderência de órgãos, anafilaxia, parada cardíaca, m0rte.
Antes que me venham: não, não é terrorismo. É estatística. É realidade.
Menor risco de comprometer uma próxima gestação, se houver.
Na cesariana, além do risco de comprometer o futuro obstétrico (maior chance de ruptura uterina, placenta prévia e acreta, dentre outros), ainda se soma o maior tempo de internação hospitalar, recuperação no puerpério, dor e perda de autonomia pra cuidar do bebê.
É mais seguro para o bebê também
Além de garantir que o bebê está realmente desenvolvido para se adaptar à vida extrauterina, no momento em que desce e passa pelo canal vaginal, o tórax do bebê é comprimido, favorecendo a expulsão do líquido amniótico dos pulmões e melhor adaptação respiratória quando nasce.
Bebês nascidos de cesarianas têm 120x mais risco de internar em UTi e precisar de ajuda pra respirar.
Tem benefícios futuros para o bebê
A flora do canal vaginal da mãe ajuda o bebê a formar sua própria flora intestinal, o que reduz as chances de doenças alérgicas, respiratórias e autoimunes e fortalece o sistema imunológico do bebê.
E esses são somente os fatores fisiológicos.
O parto normal significa para uma mulher uma jornada de empoderamento, de conexão com a ancestralidade, de passagem.
É inexplicável o semblante de vitória e de “eu sou muito f0d4!” que vejo em todas as mulheres após parir! Elas ali têm a sensação que podem tudo!
Luto pelo parto normal não porque é bonito, romântico ou instagramável, mas porque é sabidamente mais SEGURO, mais saudável e incrível o nascimento de dois seres – do bebê e da mãe!
Ainda bem que cesarianas existem para salvar vidas em bem pontuais situações, e isso nada tem a ver com ser mais ou menos mãe. É sobre o que é mais seguro e saudável para mães e bebês – e contra fatos não há argumentos. Ah, quase me esqueço: informação não é julgamento. Repitam o mantra.