Conforme vai chegando o final da gestação, a ansiedade para o nascimento do bebê parece crescer junto com a barriga. Familiares e amigos tornam-se perguntadores compulsivos e a grávida precisa lidar com a expectativa de todos, além da sua própria. Por isso não é incomum que me perguntem: o que posso fazer para ajudar o bebê a vir logo? Posso induzir?
A resposta é: tenha calma! Indução de parto, ainda que utilizadas técnicas mais naturais, tem o propósito de encerrar a gestação em casos bem específicos. É importante saber que a indução consiste em provocar contrações de maneira precipitada, antes do tempo do bebê – trata-se de um trabalho de parto não espontâneo. Podem ser utilizadas técnicas naturais e pouco invasivas ou farmacológicas, com a gestante internada em ambiente hospitalar.
Ora, se queremos respeitar o tempo do bebê, por que então induzir?
A ansiedade no final da gestação, por mais chata que seja, não justifica nenhum tipo de intervenção. Para esses casos, a saída é buscar meios de lidar com o sentimento, procurar apoio, terapia, acupuntura, ioga, meditação, fazer o que se gosta, descansar etc. A indução só deveria ser opção quando a gestação passa das 41 semanas ou quando a mulher ou o bebê têm alguma condição que justifique antecipar o parto em detrimento de aguardar o trabalho de parto espontâneo. Entre as complicações mais comuns estão: diabetes gestacional e pré-eclâmpsia na mãe ou, no bebê, restrição grave de crescimento fetal, oligodramnia ou polidramnia, trombofilia, entre outros.
De qualquer maneira, é fundamental saber que a indicação de interrupção da gestação NÃO SIGNIFICA NECESSARIAMENTE que a cesárea deve ser realizada. Na esmagadora maioria dos casos, o parto normal induzido é a melhor e menos arriscada opção, por mais grave ou delicada que seja a condição materna.
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