A Hemorragia Pós-Parto (HPP) figura entre as principais causas de mortalidade materna. 

Mas afinal, quais são os principais fatores de risco?

A Hemorragia Pós-Parto (HPP), dado o cenário obstétrico cesarista/intervencionista e o aumento da prevalência de gestações de alto risco e em idades maternas mais avançadas, atualmente não é um evento raro, mas com gravidade importante ou refratariedade ao pronto tratamento clínico, sim. No entanto, quando ocorre, demanda ação imediata devido à potencial gravidade em caso de “perda do timing de ação”,  sendo uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil e no mundo.

São considerados fatores de risco todas as condições que possam provocar distensão uterina, como:

  • Gestações múltiplas;
  • Polidrâmnio (excesso de líquido amniótico);
  • Macrossomia fetal (bebê grande).
  • Trabalho de parto prolongado (especialmente expulsivo);
  • Indução do parto;
  • Placentações anômalas;
  • Hipertensão na gestação.
  • Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) – principalmente se mal controlada;
  • Coagulopatias e uso inadequado de anticoagulantes;
  • Infecções;
  • Obesidade.

É importante destacar que intervenções durante o trabalho de parto podem aumentar o risco de HPP, muitas vezes por simplesmente acelerar ou prolongar o parto ou agregar cada vez mais intervenções, o que inclui o uso de analgesia e a administração prolongada e em doses crescentes de ocitocina.

Ainda, induções muito precoces e/ou mal planejadas, especialmente com ocitocina precoce demais, igualmente agregam riscos de sangramentos, além de aumentarem o risco de converterem-se em cesarianas. 

Cesariana também aumenta o risco de HPP – cirurgia jamais será mais segura que o parto, dadas condições muito especiais e excepcionais. 

É crucial compreender que a presença de um ou mais desses fatores de risco não implica necessariamente em uma hemorragia pós-parto, mas sim em um aumento na probabilidade de acontecer, o que demanda uma vigilância mais próxima, dado que a rapidez na ação é essencial.

Mesmo em casos de HPP, é importante ressaltar que a necessidade de uma histerectomia puerperal (remoção do útero) é rara.

Muitos desses fatores podem ser tratados durante a gestação, então o combo de ouro continua sendo:

Informação + Pré-natal abrangente, bem orientado, atento e de qualidade + Equipe técnica atualizada e preparada.

É importante reconhecer que, infelizmente, desfechos adversos podem ocorrer, mesmo com a melhor assistência e pré-natal. No entanto, também é verdade que muitas complicações podem ser prevenidas por meio de uma abordagem profilática cuidadosa e informada.

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