A comunicação entre a equipe

Já recebi inúmeros comentários a respeito da quantidade de pessoas da minha equipe atuando em partos. Para além de dizer qual é o exato número de pessoas, talvez falte uma noção maior de como isso funciona entre nós: tudo é muito bem coordenado, sincronizado e fluido.

Sabemos da importância de não lotar uma sala de parto (em geral só estamos todos juntos quando a família quer fazer uma foto final) e somos categóricos ao pontuar que a mulher precisa de paz e tranquilidade durante seu trabalho de parto, não de plateia. Por isso, prezamos por manter uma alternância entre nós, pelo silêncio, sem qualquer falatório desnecessário e burburinho (a equipe já conhece meu fulminante olhar de reprovação rs) e por atuar muito atentos e conectados.

É uma orquestra mesmo! E toda orquestra tem um maestro. Aos exemplos:

– Usamos nosso chat do WhatsApp para pedir materiais, discutir algo ou fazer algum comentário – ainda que estejamos na mesma sala;

– Caso algum profissional não esteja na sala e for demandado, ligamos – o simples toque do telefone já é o código para que essa pessoa venha para a sala ou saia de casa imediatamente, acionado;

– Meneamos a cabeça ou assentimos com ela;

– Piscamos longamente para dizer que “sim”;

– Antes da obrigatoriedade do uso de máscaras, fazíamos leitura labial com maestria 😂;

– Falamos muito baixo, quase cochichando, quando estritamente necessário;

– Apontamos (às vezes com a própria cabeça) para aquilo de que precisamos, sem “anunciar” nada;

– Há funções bem definidas, porém não estritas, ou seja, sempre tem alguém atento para fazer ou pegar o que precisa para que haja mais conforto, segurança e tranquilidade.

Durante o TP, de maneira nenhuma a equipe toda fica dentro da sala (à exceção de emergências e expulsivo final) e por isso alternamo-nos para garantir ausculta fetal, vigilância intermitente e realizar algum tipo de exame, se necessário for.

No entanto, sei que com equipes de plantão e em outras situações, esse cuidado não é tão viável assim. O ideal, de qualquer maneira, é tentar manter o ambiente o mais calmo, acolhedor e silencioso possível, porque o mais importante não acontece na equipe e sim na família que renasce.

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