5 Dicas importantes para quem vai parir pelo SUS

Já falei aqui diversas vezes: parir com respeito no Brasil é uma briga que se compra. Não é simples, não está à disposição em qualquer lugar e é preciso se informar MUITO para conseguir. Ainda assim, não é toda mulher que consegue – infelizmente. Mas engana-se quem pensa que só com muito dinheiro é possível lograr o parto desejado: no SUS é possível. A bem da verdade, é mais possível do que em muitas maternidades da rede particular (de plano de saúde), em especial por conta do papel ativo (e ativista) da enfermagem obstétrica, tão fundamental nos hospitais públicos, que tanto luta e ajuda a garantir um atendimento respeitoso às mulheres e famílias.

No entanto, como já falei antes em outros posts e stories (recomendo a busca), não é simples assim. Por isso organizei algumas dicas importantes para quem está planejando o parto no SUS e quer estar o mais bem preparada para isso:

1. Esteja muito bem informada: isso serve para parir em qualquer lugar, na verdade. Entenda o que é um trabalho de parto, quando ele efetivamente começa e evite ser internada muito precocemente. Tenha muito claro o que espera pra esse momento, o que aceita, o que não aceita e do que não abre mão. A informação é a principal arma contra o medo, contra a insegurança, contra abusos/violências e te coloca em outro patamar: uma mulher empoderada e que se coloca no papel de protagonista do seu parto tende a ser mais respeitada (infelizmente, pois todas deveriam ser). Tem um destaque aqui chamado “passo a passo”, assista.

2. Confie no processo: esse é basicamente uma extensão do tópico acima. Em se estando o mais bem instruída possível, consegue-se com mais facilidade lembrar (e confiar) que a natureza é sábia e seu corpo e seu bebê sabem fazer o trabalho maravilhosamente bem, principalmente em se falando de gestações de risco habitual. Dificilmente intervenções serão necessárias, mas se forem, que sejam muito bem vindas.

3. Prepare seu acompanhante: é importante que a pessoa que irá te acompanhar esteja preparada, segura de todo o processo e atenta. Primeiro porque essa pessoa precisa saber sobre seus desejos, necessidades e de tudo aquilo que você planejou e estudou (um plano de parto construído em conjunto ajuda demais!). Segundo porque é ela quem deve ficar vigilante e a postos para interferir/questionar, se preciso for – e não você!⁣⁣

4. Leve documentação impressa: plano de parto, lei do acompanhante, lei das doulas, exames, cartão de pré natal, documentos diversos. Tudo isso precisa estar à mão e servem para te resguardar, caso necessário.⁣⁣

5. Doula: sempre deixo a indicação da doula por último, não por ser menos importante, mas porque entendo ser tão fundamental que quero chamar atenção de alguma maneira. Se possível for, TENHA UMA DOULA. Ela pode ajudar em todo o processo da gestação, na escolha da maternidade, no plano de parto, com o acompanhante, ao longo do parto em si… sei que não é possível para todas as mulheres, mas recomendo muito mesmo; é justamente onde vale a pena investir. Lembre-se que a doula não tem como garantir uma assistência respeitosa e nem vai te tutelar, mas ela pode te guiar bem mais nesse processo, mostrar o caminho e prestar todo o suporte necessário para que você passe por ele.⁣⁣

Sabemos que não é 100% de garantia de um parto respeitoso e livre de intervenções dispensáveis ou excessivas (você também terá de contar com uma pitada de sorte), mas é o melhor que se pode conseguir pra realidade de muitas famílias, dentro do sofrível cenário obstétrico brasileiro.⁣

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